Tuesday 30 September 2008

um caminho

Triste triste é no caminho de casa passar ao lado de uma conversa atravessada pelo vidro e pela esquina do MacDonalds. Por esta conversa não ter palavras que se ouvissem. Por ter gestos por letras e olhos e dentes de intenções. Pelo buraco de silencio que trazia à rua, como eu sempre que espreito pela porta que não abro nunca ao meu vizinho. Pela dor na minha garganta a marcar o início do Outono e o inverno demorado da minha voz. Pelo som das ondas nas cordas vocais do meu avô a caminho da India estar a caminho de se perder no caminho que levava tão pouco a chegar até mim que poderia até estar ao lado, mas não estou. Mas triste triste é que o caminho não mude. Que mude mude e não mude assim tanto. Que mudo mudo eu não sei ouvir.
Triste triste é que as pessoas parecem entender-se de qualquer maneira e eu não me faço entender que te entendo de maneira nenhuma.