Tuesday 14 October 2008

não

Não digo bom dia. Acordo e não digo nada. Água. Repito o meu nome. Daniela. Sim à data de nascimento. O meu nome impresso em série antes de se colar a meia duzia de frascos vazios como iogurtes no supermercado. Arrasto e ajusto a cadeira, que podia ser de dentista pelo peso, para poder desmaiar à vontade seguindo indicações especificas da enfermeira indiana em passo de hipopotamos ao sol e sem poça. Obrigada. Concentro-me no cubo de açucar amarelo e seco na boca. Nos 500 euros que me cairam do dente dias antes e que por pouco não engoli. Trinco o açucar com os outros dentes. Fura-me a enfermeira gorda e eu saio por ai sem vontade. Não caio. Entro tarde. Não olho pela janela. Desenho nas horas que faltam uma parede cortina. Faço me de conta. Saio tarde. Apresento-me a estranhos sem vontade. Chove-me um bocadinho nos óculos e nos olhos. Não vejo razão nenhuma para que as coisas passem por mim e não me encham. Pães com manteiga e fiambre. Bifes. Casas vazias cheias de gente. Quartos sem janela. Espero pela semana que vem e pelos resultados por escrito. Com os intervalos de referência. Espero pelas cápsulas. Pelo xarope. Não digo boa noite. Durmo e nem sonho.

Tuesday 30 September 2008

um caminho

Triste triste é no caminho de casa passar ao lado de uma conversa atravessada pelo vidro e pela esquina do MacDonalds. Por esta conversa não ter palavras que se ouvissem. Por ter gestos por letras e olhos e dentes de intenções. Pelo buraco de silencio que trazia à rua, como eu sempre que espreito pela porta que não abro nunca ao meu vizinho. Pela dor na minha garganta a marcar o início do Outono e o inverno demorado da minha voz. Pelo som das ondas nas cordas vocais do meu avô a caminho da India estar a caminho de se perder no caminho que levava tão pouco a chegar até mim que poderia até estar ao lado, mas não estou. Mas triste triste é que o caminho não mude. Que mude mude e não mude assim tanto. Que mudo mudo eu não sei ouvir.
Triste triste é que as pessoas parecem entender-se de qualquer maneira e eu não me faço entender que te entendo de maneira nenhuma.

Sunday 31 August 2008

a mosca

Ando meio morta. Se fosse uma mosca ia contra os vidros dez vezes, voava rente ao chão e parecia perdida a grandes velocidades em direcções várias e muitas vezes contrárias.
Ainda que ontem tenha sido o primeiro, unico e ultimo dia de sol deste Verão e do passado, comprei uns óculos: negros, redondos e gigantes. Não tinha mais necessidade que a de querer ver-me ao espelho exactamente como me sinto.

Monday 19 May 2008

sangue

'Já a algum tempo que ele quer pintar as lembranças de um pôr-do-sol. Vermelho como sangue. Não, era realmente sangue coagulado. Mas ninguem o veria do mesmo jeito. Qualquer outra pessoa iria pensar em nuvens. Falar delas fazia com que ele ficasse triste e irrequieto. Triste porque os humildes meios disponìveis para a arte nunca eram suficientes.'

Christian Skredsvig sobre 'O grito' de Edvard Munch

Auto-retrato #2


sem título

Se te serve de consolo nunca quiseste dizer as coisas que lhe disseste na altura em que o fizeste.
Se te serve de consolo nunca fizeste as coisas que quiseste porque não pudeste.
Se te serve de consolo nunca estragaste nada porque nem sequer tocaste.
Esquece que fizeste e pudeste e tocaste.


Se te serve veste-o. Aperta-o. Fecha-o.
A tua pele um outro corpo.

Se te serve veste-o. Aperta-o. Fecha-o.

Se não te serve despe-o. Solta-o-o. Deixa-o.
A tua pele um outro corpo.
Se não te serve despe-o. Solta-o-o. Deixa-o.


Esquece que fizeste e pudeste e tocaste.

Auto-retrato



Edvard Much -Trøst 1894

Monday 5 May 2008

poema 2


poema

Colega chinesa, automata ao computador, de olhos e voz baixa, com passos curtos e acelerados de gueixa aproxima a mão da minha mesa e devolve-me em forma de conjunto de palavras e imagens com uma frase: Your portfolio is a poem. Sorri.

Thursday 1 May 2008

panejamento




Parthenon despido pelo British museum

Thursday 13 March 2008

Exit/Delete

Takagi Masakatsu + David Sylvian

Wednesday 5 March 2008

o regresso

Não que importe muito ao mundo, não que me importe muito a mim, esta parte pequenina de mundo, e ainda que não saiba bem o que dizer ou porquê, que fique escrito que estive e continuo ausente. Que estou aqui mas não estou. Que voltei mas continuo não sei bem onde. Para que fique escrito e para que se esclareça.

O meu computador está vazio e não fossem os riscos que lhe reconheço ao toque não parecia sequer meu. O meu chefe, um daqueles espécimes genuinamente bons, que a existirem, ele figuraria decerto nos jantares mensais de reunião dos membros, perguntou-me se queria fazer parte da equipa real do atelier. Eu respondi que se não me perguntasse por quanto tempo eu poderia aceitar. Depois morreu. Fim de semana, tudo normal e puff. Ataque e morte. E eu só doente. Sim que sem me conseguir mexer. Sim que com febre. Sim que sem me levantar do sono três dias seguidos e sim que demasiadas mãos a puxarem-me da cama para baixo. A puxarem devagarinho como quem faz alongamentos no Pilates ou na Yoga. Devagar, sem saber bem que se vai esticando mais. Como quem se prepara para dançar ou correr. Quando voltei à minha temperatura normal, tinha menos um chefe. Menos um projecto. Menos uma casa. Menos um ou dois amigos. Menos um namorado( a existir, um menos). Menos telefonemas. Menos interesse. Menos vontade. Menos barulho ( sanidade mental, um ponto) Foi assim como que um menos com menos com menos com menos com menos dá alguma coisa, eu não sei bem é quanto, se é menos ou mais. Em que eu, sem me mexer personificava o stretching rente ao solo. Assim um género de aquecimento até ao esquecimento total do corpo. Anestesia. E agora, mesmo sem a musica que não me deixava dormir, com outro quarto noutra casa que só escolhi, não pelos extensos 4 ou 5 m2 do quarto, mas porque saio e estou num daqueles parques que dão vontade de chorar e que quando se está no meio é frio e podia ser só uma clareira numa floresta e o céu é um bocadinho mais claro enquadrado pelas arvores em circulo e o ar que se respira é mais antigo, conclui que sinto muito pouco. Como se me dissesse a mim, sinto muito pouco. Pelas mortes alheias, pela minha, pelos dias que acontecem todos os dias. Muito pouco. E ainda que perceba que não é bom, não me sinto muito mal. Se ninguem me perguntar se estou bem ou mal eu não vou morrer. Se não disser a ninguem que não há esquilos no meu parque e que já não existe o meu pub na minha vida, não vai ser dramático. Se eu ficar assim, só eu, talvez não seja mau de todo, que talvez me lembre das coisas que quero fazer e ter e pensar. Ainda assim, as anestesias só duram o que duram, depois vou ser só eu outra vez. E estranho, estranho, não me tenho lembrado mais das minhas coisas nem das coisas que quero fazer e não tenho feito nada. Aliás, tenho sido só eu muito do tempo para trás e nunca me tinha visto nesta fotografia. Ps. Não esquecer de voltar ao laboratorio e procurar imagens pelo meio do vermelho. E de só voltar depois de cantar, já que pensei ser tão simples como voltar amanhã, mas parece que o meu caminho anda paralelo com o resto do mundo. Se não tivesse a geometria descritiva na ponta dos dedos e não soubesse que as paralelas se encontram no infinito era tudo bem mais difícil.
Andei e corri e escoreguei dentro de um edificio estranho com gente estranha a noite toda. Como se dentro de um aquaparque sem água. Não estava muito divertida, mas seguia esse caminho sem sinalização mas definido, calmamente. Acordei cansada. Não gosto muito de perceber algumas coisas e de não perceber muitas outras. Acabei o meu livro. Gostei muito. O Lenz morreu.

Ah, isto e o facto de ter finalmente um molho de chaves e um modem, dado importante para manter qualquer vida virtual, seja ela saudável ou moribunda. E ainda telefone fixo. Não que isso altere muito as coisas, mas para que tal como a ausência, que o potencial regresso fique também registado. A quem interessar.

Monday 11 February 2008

tamak

Porra. Se fecho os olhos comeca tudo a andar a roda e eu sem sequer por moeda ou sorrir com a musica ou o barulho de fundo. Ainda ontem eu e so eu, hoje uns copos de vinho e nao a minha casa. Mas tudo igual, o nao poder explicar e ser mal interpretada. O pedir e nao ser ouvida. O esperar e nao receber nada. Porque raio serao as pessoas tao complicadas? Durmo por solidariedade na cama nova da Asel, volto de novo para a minha secretaria onde partilho disparates com o grego na lingua que me apetecer, mas continuo a nao conseguir explicar e nao magoar a pessoa que me devolve a pele em carne viva quando me solta.
Gosto de dancar sem pensar. E que os meus amigos me respondam agora? quando lhes digo que gostei e preciso de ajuda para me mexer outra vez. O meu colega chileno leva o som todo dentro dele e se me puxa, eu so agradeco que tenha sido eu. Sorrio um bocadinho ao ser levada nas rodas pelos pubs embebidos em pints de guiness e nao digo nada. Nem porque sim nem porque nao. So fecho os olhos e ando a roda a espera de cair. A espera que alguem me agarre. Nao me deixo cair. Ninguem me agarra. Basta-me rodar e ficar um bocadinho tonta para estar um bocadinho menos infeliz.
Mas hoje nem dancei. Foi o meu primeiro dia presa ao contracto de trabalho. Nao trabalhei nem mais nem menos. A ideia de contracto afigura-se-me como uma arma apontada a cabeca. Tenho medo que alguem dispare. Nao a posso desviar. Faco so de conta que nao existe. E hoje que nao tenho bar por baixo, vou dormir, e juro que nem sequer vou pensar nisso.

Saturday 9 February 2008

saturday night fever

De certeza que ha dias assim. Que comecam a custa de proteccoes nos ouvidos para deixar vencer o cansaco e nao o barulho todo por baixo. Nos quais acordar sabe melhor que qualquer outro dia, porque 'e cedo e o sol brilha e nao apetece estar em casa. Apetece sair, comprar o jornal, beber sumo de laranja e chocolate quente e um bolo na esplanada. Sem casaco. E ficar la de olhos semicerrados a espera de absolutamente nada. E depois voltar a carga e percorrer kilometros nos tapetes e nas alcatifas das agencias imobiliarias em busca de casa. E nao descobrir coisissima nenhuma a nao ser restos de saldos nas montras e casas com sinais de let by nas ruas possiveis. E voltar a casa cansada cansada de procurar casa para tres sozinha. E tomar o pequeno almoco sozinha. O almoco sozinha. O jantar vegetais, o que nao conta. E querer muito sair e fazer qualquer coisa para que seja um dia a serio. E esperar. E sair. E nada. Acabar sozinha aqui.

Wednesday 6 February 2008

Lisboa- Londres

De noite os aglomerados urbanos formam joias de uma beleza inenarrável. Algumas vezes pensei numa marca de joalharia que fosse um bocadinho do lugar que cada um leva consigo. E levá-lo assim, também, ao pescoço, pelas mãos. No cabelo. (Hoje Almada e Lisboa presas pela ponte. Amanha Montpellier e o caminho para as montanhas do Monet).
Seriam fotografias com brilho incrustado. Talvez recortadas onde o negro negro desenha. As estradas, as correntes. os fios. As praças uma pérola ou um brilhante. Uma flor. A iluminação com o mesmo teor de brilho no corpo. Tentei fotografar. Tive de desitir. Saia sempre desfocado. Longinquo. Não se pode agarrar pela lente assim algo tão grandioso. Tirei os oculos e desenhei.
Desta vez não pensei tanto nisso, só por uns breves instantes. Lia Ao sul da fronteira, ao oeste do sol. E talvez a unica luz que percorria naquelas linhas tivessem a mesma força e o mesmo brilho. Não seria certamente o sol, mas luz nos candeeiros das cidades e das vilas. Assim para o alaranjada, para o descansada. Para o triste.

londres-lisboa

Gostava de voar como qualquer um. Como qualquer pardal ou periquito. Como uma gaivota ou uma andorinha. Como uma águia ou um corvo. Uma borboleta. Uma abelha ou uma desgraçada de uma mosca. Mas à falta de melhor adoro olhar pela janela do avião e esperar pelo sol.
Gosto quando esta cinzento, e depois o limite das núvens. Um espaço de minutos com turbulencia em que eu não peço chá, com medo de me queimar. E por fim, flutuar por cima das nuvens.
Gosto quando as nuvens são como pasta de papel empapada em água. Amolecida. Uma camada inteira de algodão doce como linha ( irregular, às ondas) de horizonte. E o sol muito forte e amarelo torrado por trás.
Gosto de olhar para a janela e fixar o olhar no buraquinho do vidro duplo( sera um tipo de plastico, de certeza). E vê-lo ir criando risquinhos de dentro para fora como se a X-acto. Encher a janela, se o voo é longo, de estrelas de gelo. Gosto de pensar que lá fora estarão cerca de 50 graus negativos, e que o sol me faz desviar o olhar para o ceu azul e para as núvens.
E depois gosto de aprender coisas parvas com a viagem à custa dos companheiros abstractos de viagem; como por exemplo: que passam vários aviões por baixo, ao lado e por cima de nós e deixam um rasto de fumo branco que se vai confundindo com as nuvens no infinito. E que às vezes esse fumo branco passa a negro e faz um traço bem demarcado a carvão no céu. O que faz com que por um lado, a minha janela se vá tornando numa pintura maravilhosa de se ver nascer, e por outro, que eu quase grite para que a rapariga sentada ao meu lado veja o mesmo que eu e não me considere louca, e com que a rapariga sentada ao lado desta, engenheira mecânica, me descanse avisando que o degrade acontece não porque o avião vizinho vá cair, mas porque alguma transformação quimica, envolvendo condensação e velocidade do ar, acontece.
Eu sentada com um livro e uma revista de cidades. A câmara dentro da bolsa, dentro da mala, dentro do compartimento superior que se deve abrir com cuidado, não vá o equipamento ter-se deslocado do seu lugar.
E eu, sem caneta. Sem papel.

Wednesday 23 January 2008

RW:



Tenho um novo amigo. Chama-se Richard e quando as salas estao cheias de vazios ele practicamente so olha para o chao. Quando sai bebe um ou dois copos de wisky antes que a voz lhe soe a conversa.

Farta de trabalhar e sem cds, navego no myspace a procura de musica para me arrancar do marasmo. Paro num qualquer amigo de amigo de alguem que ja nao me lembro, e fico a ouvir. Apanho o metro para Camden no dia seguinte para o ver num Pub. Sento-me ao lado do productor, sem saber, e no fim do concerto estava ja contratada a entradas de amigos e a bebidas para ser fotografa de servico do proximo concerto. Fiquei contente e sem amigos la fui. Nao falei nesse dia nem no outro atras da camara e vista de longe devo ter parecido timida, ate.
Nao sabem eles quem estao a deixar entrar no casulo.

Ele tem um sotaque engracado. Mas o meu e bem melhor.

http://www.myspace.com/richardwalters

Thursday 17 January 2008

NEWS

Mas o que vale 'e que para alem disto tudo se passem muitas outras coisas: Como a razao pela qual nao existem acentos neste post. Que 'e a inexistencia de ligacao a internet desde casa. De nao ir ver o hotmail ha quase duas semanas e ainda assim poder apostar que nao existem mais que uma ou duas mensagens reais pelo meio das publicidades enganosas, publicidades culturais de todas as especies (sim, tenho sempre medo de estar a perder coisas), de todos os sitios, de todos os generos ( mentira, mas ficava bem melhor dize-lo assim) e pelo convite de novos amigos no hi5, no facebook, no messenger qualquer coisa e de outros tantos que nem me vem a memoria por serem por si so demasiado virtuais para serem verdade.
Ah, a razao pela qual nao existem acentos. Resumindo, e porque o meu computador esta doente, porque o rapaz que disse que ligava ( da assistencia tecnica claro) para me ajudar (disse que ligava de Lisboa para ca, e eu acreditei) nao ligou ( engracado como isto tende a repetir-se) e por isso nao posso ligar-me sem rede ( em todos os sentidos possiveis) com ele ( ou sem) e tenho de ficar sentada a mesma mesa onde trabalho com as maos no mesmo teclado, sem tiles, sem acentos, sem nada. Com nada. E com isto concluo que este computador e muito estrangeiro para mim. Que nao traz a lingua na alma rigida. Se trouxesse nao me deixava nesta angustia de me ler sempre a escrever como se fosse estupida.
Avante. Liverpool e a capital da cultura deste ano.
E eu ainda nem consegui decifrar o que vai acontecer porque ha demasiada informacao para a minha hora de almoco. Boa sorte.

Liverpool, Europeen capital of culture
www.liverpool08.com

pensamento do dia



Barbara Kruger

4 meses, 3 semanas, 2 dias

Juro que ontem estava bem. Se me esquecer por algum acaso posso até ir ver o meu e-mail, confirmar.
Ver o que escrevi, perfeitamente à flor da pele, e ainda assim eu, sem espinhos, sem guardas; suave, calma, equilibrada.
Não tenho o período, não me vai aparecer o período amanha nem depois. Não há razoes fisiológicas para que me mande aos arames. Ainda assim, sinto nos dedos o metal frio e nas mãos as marcas de me pressionar contra ele. Não sai voz quando falo. Não me poupo, todavia ao esforço de o tentar, sem exito. Desisti e sentei-me. Quando dei por mim era um bocadinho a Juliette Binoche no azul prestes a ficar de luto. A sala tinha o mesmo tom e o mesmo peso, havia espaço cheio de peso e de poucas pessoas.

A imagem era escura, o quarto e a universidade tinham a luz igual a que trago na memoria desde Budapeste.
Dentro percebi que também eu tinha alguma coisa a tentar nascer dentro de mim há cerca de quatro meses. Pensei se o meu corpo conseguiria expulsar Londres. Deixar-me a sangrar. Um pouco mais vazia. Limpa. Depois pensei quem estaria ao meu lado para levar a cidade do meu quarto, acabada de sair de mim, e enterrá-la bem dentro da terra, onde os cães não pudessem chegar. Não me lembrei de ninguem.



4 luni, 3 saptamani si 2 zile
Cristian Mungiu, 2007

2 0 0 8




que nao seja negro e que nao tenha tanta cor